O reino de Jesus não é deste
mundo. Isso todos compreendem. Mas sobre a Terra ele não terá também uma
realeza? O título de rei nem sempre exige o exercício do poder temporal. Ele é
dado, por consenso unânime, aos que, por seu gênio, se colocam em primeiro
lugar em alguma atividade, dominando o seu século e influindo sobre o progresso
da humanidade. É nesse sentido que se diz: o rei ou o príncipe dos filósofos,
dos artistas, dos poetas, dos escritores, etc. Essa realeza, que nasce do
mérito pessoal, consagrada pela posterioridade, não tem muitas vezes maior
preponderância que a dos reis coroados? Ela é imperecível, enquanto a outra
depende das circunstâncias; ela é sempre abençoada pelas gerações futuras,
enquanto a outra é, às vezes, amaldiçoada. A realeza terrena acaba com a vida,
mas a realeza moral continua a imperar, sobretudo, Sob esse aspecto, Jesus não
é um rei mais poderoso que muitos potentados? Foi com razão, portanto, que ele
disse a Pilatos: Eu sou rei, mas o meu reino não é deste mundo.
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