domingo, 5 de fevereiro de 2017

As bodas de caná

" A importância das bodas de Caná "

É digno de nota o [...] comparecimento do Mestre com sua família e seus discípulos numa festa de bodas. Com esse ato de presença, quis Ele exemplificar aos seus discípulos o caráter social da sua Doutrina, que deveria ser ensinada em toda a parte e não, somente, em templos especializados para tal fim.

Jesus afirma que [...] as bodas de Caná foram um símbolo da nossa união na Terra. O vinho, ali, foi bem o da alegria com que desejo selar a existência do Reino de Deus nos corações.

 Texto evangélico
E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus. E foram também convidados Jesus e os seus discípulos para as bodas. E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Sua mãe disse aos empregados: Fazei tudo quanto ele vos disser. E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas. Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. E disse-lhes: Tirai agora e levai ao mestre-sala. E levaram. E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os empregados que tinham tirado a água), chamou o mestre- -sala ao esposo. E disse-lhe: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então, o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho. Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele. João, 2:1-11

As bodas de Caná, ocorridas numa cidade da Galiléia, apresentam características especiais. Uma delas é a transformação da água em vinho, realizada por Jesus, outra foi o início da pregação evangélica do Mestre nessa festa.

E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus. E foram também convidados Jesus e os seus discípulos para as bodas. E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Sua mãe disse aos empregados: Fazei tudo quanto ele vos disser (Jo 2: 1-5).
Retratando alguns aspectos ocorridos nas bodas de Caná, vemos que o início da pregação do Senhor foi marcada por um momento de expressiva alegria. Acreditamos que Jesus escolheu de forma proposital o momento. É como se o Mestre quisesse nos dizer que o aprendizado evangélico deva ocorrer num clima de união, de júbilos . É digno de nota o [...] comparecimento do Mestre com sua família e seus discípulos numa festa de bodas. Com esse ato de presença, quis Ele exemplificar aos seus discípulos o caráter social da sua Doutrina, que deveria ser ensinada em toda a parte e não, somente, em templos especializados para tal fim.

A presença de familiares e de amigos próximos nas bodas, como assinalam as frases “estava ali a mãe de Jesus” e “foi também convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas”, indicam que os acontecimentos e a mensagem que o Cristo trazia marcariam a reunião com um sentido muito especial, capaz de tanger os meandros sutis do sentimento puro. Vemos, de um lado, Jesus, o Mestre por excelência, modelo e guia da Humanidade e, de outro, seus familiares e discípulos, vinculados ao seu coração,

O vinho era uma bebida que fazia parte da cultura judaica e da maioria dos povos da Antigüidade, assim como nos tempos contemporâneos. O que causa espanto na narrativa evangélica, porém, não foi o anúncio de Maria de que o vinha acabara, mas a forma como Jesus lhe respondeu, segundo os registros de João: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora”. Analisada esta citação, exclusivamente na letra, entendem muitos  que Jesus teria destratado a sua mãe.

A segunda resposta de Jesus a Maria, “ainda não é chegada a minha hora”, pode ser uma alusão que Jesus fez à hora de transformação espiritual que iria ocorrer-lhe. Hora que seria marcada por testemunhos sacrificiais, em razão do processo de total doação à Humanidade que tutelava e tutela.
Atestamos que no breve diálogo ocorrido entre Jesus e a sua mãe, estabeleceu-se perfeita sintonia entre ambos: a mãe intercede junto do filho que tem poder superior, o filho argumenta e esclarece, mas, ao influxo de sentimentos elevados e sublimes, na esteira do amor legítimo, acontece perfeito entendimento. Maria então, dirige-se aos empregados e diz: “Fazei tudo quanto ele vos disser”.

Atestamos que no breve diálogo ocorrido entre Jesus e a sua mãe, estabeleceu-se perfeita sintonia entre ambos: a mãe intercede junto do filho que tem poder superior, o filho argumenta e esclarece, mas, ao influxo de sentimentos elevados e sublimes, na esteira do amor legítimo, acontece perfeito entendimento. Maria então, dirige-se aos empregados e diz: “Fazei tudo quanto ele vos disser”.
O episódio ocorre numa festa de bodas, mas podemos aproveitar-lhe a sublime expressão simbólica. Também nós estamos na festa de noivado do Evangelho com a Terra. Apesar dos quase vinte séculos decorridos, o júbilo ainda é de noivado, porquanto não se verificou até agora a perfeita união... Nesse grande concerto da idéia renovadora, somos serventes humildes. Em muitas ocasiões, esgota- -se o vinho da esperança. Sentimo-nos extenuados, desiludidos... Imploramos ternura maternal e eis que Maria nos responde: Fazei tudo quanto ele vos disser. O conselho é sábio e profundo e foi colocado no princípio dos trabalhos de salvação. Escutando semelhante advertência de Mãe, meditemos se realmente estaremos fazendo tudo quanto o Mestre nos disse. 7 E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas. Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. E disse-lhes: Tirai agora e levai ao mestre-sala. E levaram. E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os empregados que tinham tirado a água), chamou o mestre- -sala ao esposo. E disse-lhe: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então, o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho. Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele (Jo, 2:6-11).

“O vinho de Caná poderá, um dia, transformar-se no vinagre da amargura; contudo, sentirei, mesmo assim, júbilo em sorvê-lo, por minha dedicação aos que vim buscar para o amor do Todo-Poderoso”. Simão Pedro, ante a argumentação consoladora e amiga do Mestre, dissipou as suas derradeiras dúvidas, enquanto a noite se apoderava do ambiente, ocultando o conjunto das coisas no seu leque imenso de sombras.